Trecho do relatório da Operação Monte Carlo aponta que o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli, do PMDB, pagava jornalistas para tentar derrubar o governador Agnelo Queiroz, do PT, e chegar ao comando do Palácio do Buriti; Mino Pedrosa, ex-assessor de Carlos Cachoeira, receberia R$ 100 mil mensais
247 – A crise política deflagrada pela Operação Monte
Carlo pode ganhar contornos incontroláveis no Distrito Federal. Um dos
trechos do inquérito vazado pelo 247 aponta que o vice-governador Tadeu
Filipelli, do PMDB, conspirava para derrubar o governador Agnelo
Queiroz, do PT. O trecho aparece na página 202, do anexo 7 (leia mais aqui).
Trata-se do resumo de uma conversa entre o espião Idalberto Matias, o
Dadá, e o policial Marcelão, que é também dono de uma agência de
publicidade no Distrito Federal, a Plá. Nela, ambos comentam que o
jornalista Mino Pedrosa, ex-assessor de Carlos Cachoeira, teria um
contrato de R$ 100 mil mensais, que seriam pagos por Filipelli. Ambos
comentam ainda que outro jornalista, chamado Edson Sombra, seria também
remunerado pelo vice-governador. Há ainda uma anotação sobre um
apartamento que teria sido dado por Cachoeira a Mino Pedrosa em
Brasília. Além disso, Mino teria uma cunhada empregada no gabinete de
Demóstenes Torres (sem partido/GO).
Nos últimos meses, o governador Agnelo Queiroz recebeu ataques em série.
Denúncias, que antes eram publicadas em blogs de jornalistas do DF,
como Edson Sombra e Mino Pedrosa, depois eram amplificadas em veículos
de grande circulação nacional, como Veja e Época. Até agora, no entanto,
o inquérito tem revelado que o esquema Delta-Cachoeira não conseguiu se
infiltrar no governo do Distrito Federal da mesma maneira como dominava
o estado de Goiás (sobre isso, leia o post de Ricardo Noblat).
CPI da Arapongagem
Como as ligações entre a Delta e o governo do Distrito Federal são
frágeis, a tentativa de impeachment incorporou uma nova estratégia.
Agnelo passou a ser acusado de montar uma rede de arapongas para
grampear políticos, jornalistas e empresários. Entre eles, o
vice-governador Tadeu Filipelli e o jornalista Edson Sombra. Sobre isso,
já há até uma CPI instalada no Distrito Federal.
Nesta sexta, Filipelli representou ao Ministério Público Federal,
solicitando a apuração de uma possível investigação ilegal, realizada
contra ele, alegando a necessidade de defender as instituições. Ocorre
que os grampos da Operação Monte Carlo revelam que o Watergate
brasiliense pode ter sido montado justamente por aqueles que seriam
beneficiados pela queda do governador.
Abaixo, o trecho do relatório da PF que menciona a doação do apartamento
de Mino Pedrosa e o pagamento de jornalistas por Filipelli:
Fonte: http://dilma13.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário