O PT do Distrito Federal avalia que a decisão está relacionada diretamente ao projeto pessoal do senador Rodrigo Rollemberg.

Para representantes do Partido dos Trabalhadores, a saída da legenda da
base do Governo do Distrito Federal decorre dos planos do senador
Rodrigo Rollemberg de sair como candidato ao Buriti em 2014. Eles
classificam a decisão como "intempestiva e desnecessária".
Dois dias depois do anúncio da saída do PSB da base do governo Agnelo
Queiroz, o PT do Distrito Federal avalia que a decisão está relacionada
diretamente ao projeto pessoal do senador Rodrigo Rollemberg, possível
pré-candidato ao Palácio do Buriti em 2014. “A única explicação que
consigo encontrar para o abandono de um projeto que a gente estava
desenvolvendo junto é um plano particular do senador Rollemberg. Não
existem outros motivos”, avaliou o presidente do PT-DF, deputado federal
Roberto Policarpo. O pensamento é compartilhado pelos deputados
distritais Arlete Sampaio, líder do governo na Câmara Legislativa, e
Chico Vigilante, que consideram “intempestiva e desnecessária” a posição
do ex-aliado.
Até agora, o governador não falou a respeito do assunto. Mas, segundo
Roberto Policarpo, o PSB nunca procurou o núcleo do Executivo nem o
partido para reclamar de falta de espaço no governo — uma das
justificativas para o abandono da base. Ele explicou que é natural o PT
ter uma maior parcela de participação na estrutura do GDF, por ser a
sigla de maior representatividade no parlamento, com cinco deputados
distritais e três federais.
“Só não temos um senador justamente porque, na composição da chapa em
2010, cedemos espaço para o PDT e para o PSB, que depois nos
abandonaram. E o espaço ocupado pelo PSB no governo é muito grande”,
disse o presidente regional do PT. Nas últimas eleições, a chapa tinha
Agnelo para o governo e Rollemberg e Cristovam Buarque (PDT) para o
Senado.
Já que o PSB não faz mais parte da base, Chico Vigilante acha que é
justo, inclusive, que Rodrigo Rollemberg devolva o mandato de senador.
“Afinal, ele não foi eleito sozinho. A eleição só veio por meio de um
trabalho da coligação. Tínhamos um projeto de governo para construir
juntos e eles decidiram não seguir em frente. É lamentável”, avaliou o
petista.
Arlete Sampaio, também do PT, classificou como “equívoco” a decisão dos
antigos aliados. “Eles estavam presentes no governo e fazendo um bom
trabalho. Acho errado deixar tudo isso para trás em nome de um projeto
político do senador Rollemberg. Temos mais dois anos de governo à
frente. Ainda é cedo para fazer um balanço e abandonar o projeto”,
argumentou.
O PSB é a terceira legenda a desembarcar da base do governo este ano.
Em abril, o PDT e o PPS já haviam adotado a mesma postura. Em linhas
gerais, os partidos reclamam de falta de espaço no núcleo decisivo do
GDF. Com as mudanças, a coligação que elegeu Agnelo tinha 11 partidos,
número que subiu para 17 no fim de 2011 e, com a saída das três legendas
e o ingresso do PEN, a base passou a ficar com 15 partidos.
“Continuamos com um grupo forte de apoio”, afirma Policarpo.
Contradições
Enquanto o PPS foi para a oposição tanto no âmbito nacional quanto
distrital, as posições de PSB e PDT, por enquanto, são contraditórias,
já que os dois partidos integram a base de apoio da presidente Dilma
Rousseff (PT). O senador Rodrigo Rollemberg já reafirmou que se mantém
leal à presidente e o PDT tem até um ministro indicado — Brizola Neto,
do Trabalho. “No caso do PSB, isso é oportunismo. O senador Rollember
deveria entregar, inclusive, o cargo que tem na Sudeco (Superintendência
de Desenvolvimento do Centro-Oeste)”, criticou Chico Vigilante. O chefe
do órgão, Marcelo Dourado, é indicação de Rollemberg.
O senador explica que a decisão de independência do partido não está
relacionada com a eleição prevista para ocorrer daqui a dois anos. “Não
vamos antecipar as discussões sobre o futuro: 2014 será discutido em
2014”, resume. “O PSB saiu da base porque o governador se afastou dos
compromissos de campanha”, acrescentou. A decisão pela independência
contou com 241 votos favoráveis e 43 contrários de filiados, durante a
plenária regional do partido, ocorrida na Legião da Boa Vontade (LBV),
na Asa Sul, na manhã de sábado.
Mudança
A posição de independência agora muda a situação do deputado distrital
Joe Valle (PSB), que era um dos mais fiéis deputados da base de Agnelo
na Câmara Legislativa. “Só vou apoiar o governo nos projetos que forem
de interesse da população”, resumiu. A ida do partido para a oposição
pode colocar o deputado em um clima político ruim, já que ele tinha
cargos indicados na Secretaria de Agricultura, na Emater e na Ceasa,
órgãos relacionados diretamente com a sua área de atuação:
sustentabilidade ambiental
Fonte:www.ptdf.org.br
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